Família Bolsonaro diz que apenas anistia reverterá tarifa de Trump

O temor da condenação levou Bolsonaro e sua família a uma intensa campanha por sua anistia e de outros denunciados ou condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Nessa data, bolsonaristas radicais insatisfeitos com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.

A movimentação contra a condenação do ex-presidente também levou seu filho Eduardo Bolsonaro a se licenciar do cargo de deputado federal e se mudar para os EUA, em busca de apoio para o pai junto ao governo Trump.

Foi nesse contexto que o presidente americano anunciou na quarta-feira (9/7) a tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, apresentando também como justificativa uma suposta restrição à liberdade de expressão devido a decisões do STF contra plataformas de mídias sociais dos EUA.

O governo Lula, porém, reagiu afastando qualquer possibilidade de ingerência externa na Justiça brasileira, enquanto o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou uma carta aberta no domingo (13/7) em que refuta as acusações de perseguição a Bolsonaro.

“O STF vai julgar com independência e com base nas evidências. Se houver provas, os culpados serão responsabilizados. Se não houver, serão absolvidos”, afirmou Barroso.

Já a família Bolsonaro intensificou a campanha por anistia nos últimos dias, dizendo que apenas a aprovação do perdão pelo Congresso Nacional será capaz de reverter a tarifa imposta por Trump.

Eduardo também tenta conseguir que a Casa Branca adote sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo contra Bolsonaro no STF.

“A única saída para o Brasil se livrar dessa tarifa é com o Alexandre de Moraes recuar. Dentre os vários pontos que o Trump botou, a primeira sinalização efetiva de que há uma vontade de sentar para negociar a tarifa com os americanos é aprovar a anistia”, disse Eduardo Bolsonaro ao jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira.

O STF abriu um inquérito em maio para investigar o deputado licenciado pelos crimes de coação, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, por sua atuação nos EUA.