segunda-feira, agosto 4, 2025
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“Gaza: Sinais de Paz” – Artigo de Célia Ladeira

“O mundo viu a dor nos olhos das crianças abandonadas nas ruas de Gaza sem seus pais”

Depois de centenas ou milhares de mortes, surgem os primeiros movimentos para a construção de uma paz permanente entre palestinos e israelenses, movimentos que vão além das fronteiras com Gaza. O ódio atrasou tudo, impedindo votações importantes nas assembleias da ONU, impedindo que alimentos chegassem às crianças palestinas, causando a morte de jornalistas e médicos, testemunhas involuntárias do desastre da guerra.

A necessidade de construir a paz não alcançou os corações e as mentes dos soldados armados de vários artefatos de guerra, todos eles mortais ao primeiro tiro. Ordem dada, missões cumpridas. Não importou que o prédio desabado por mísseis fosse um hospital e seus trabalhadores, todos voltados para a pior missão durante uma guerra, que é salvar vidas.

O mundo viu a dor nos olhos das crianças abandonadas nas ruas de Gaza sem seus pais. O Papa Francisco viu esta dor e cobrou por várias vezes o fim da matança. No Conselho de Segurança da ONU o voto negativo dos Estados Unidos permitia que as mortes cumprissem seu destino trágico. Israel e seu insensato dirigente Netanyahu estavam cegos aos apelos de paz, que foram produzidos por multidões que foram às ruas de diversas cidades do mundo.

Bastou, porém, um encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o dirigente israelense para se chegar a um consenso. A guerra estava prejudicando a campanha eleitoral do presidente americano e a ameaça foi feita: “Não ajudaremos mais Israel”. Isto pode ser traduzido por milhões de dólares e de armas de médio e longo alcance que deixariam de chegar às mãos dos israelenses. A ameaça provocou a prisão de dois soldados de Israel, que devem ter ficado aturdidos. “Mas não era para destruir o hospital?”, pensaram eles.

Destruição em Gaza preocupa

Ajudou também a ameaça da Inglaterra de retirar apoios, por causa da morte de voluntários ingleses na distribuição de alimentos. A ONU se mexeu e votou a favor do fim da guerra e usou a expressão “crime de guerra” para caracterizar a destruição provocada por Israel em Gaza. São sinais de que a paz está produzindo os primeiros movimentos. Duas cidades foram escolhidas para abrigarem a chegada segura de caminhões de mantimentos.

Nas ruas de Telavive os israelenses pedem o fim do governo de Netanyahu. E os políticos de direita de vários países, que haviam corrido a apoiar o líder de Israel, estão começando a enxergar a verdade dos fatos.

* Célia Ladeira é jornalista, professora universitária e PhD em Comunicação

Leia também: Após retirar tropas do sul da Faixa de Gaza, Israel diz que está ‘a um passo da vitória’.

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